Câncer de mama tem relação com o sedentarismo?
Confesso que mesmo sendo profissional de educação física, mesmo atuando diretamente com o exercício físico no combate ao sedentarismo e na promoção de um estilo de vida mais saudável, eu não compreendia os aspectos diretos da relação entre vários tipos de câncer com o sedentarismo. Especialmente o câncer de mama e o sedentarismo.
Sabe aquela conversa que na internet achamos "estudos" e "pesquisas" que "comprovam" tudo que você quiser para argumentar sua opinião? Pois é, eu pessoalmente prefiro pesquisar realmente os estudos do que simplesmente sair usando qualquer argumento para tentar convencer de algo em benefício próprio.
Eu costumo dizer que o exercício é remédio para quase tudo, desde que feito na quantidade e qualidade ideal. Por isso a importância de treinar com orientação profissional de forma individualizada e planejada.
Quando falamos de câncer de mama e da sua relação com o sedentarismo, vemos muitas pesquisas com dados impressionantes como este da Organização Mundial da Saúde que aponta o câncer de mama como uma das cinco doenças com maior mortalidade e morbidade no mundo, respondendo por 24,2% dos casos estimados em 2018. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2018) o câncer de mama é a primeira causa de morte na população feminina.
Ao falar sobre o câncer de mama, as pessoas sempre levam em consideração o histórico familiar e procuram considerar apenas essa variável para avaliar o risco de desenvolver a doença. Os tumores de mama são muito comuns, ocorrendo em cerca de uma em cada oito mulheres - cerca de 12%.
Entretanto, apesar da grande atenção dada a esse fator, apenas 5% a 15% dos casos estão relacionados à presença de mutações hereditárias.
Por outro lado, a grande maioria das pessoas não percebe que fatores ligados aos hábitos alimentares e estilo de vida são extremamente importantes quanto a vários tipos de câncer como o câncer de mama e do endométrio.
Ao contrário da genética e dos fatores genéticos que estão além do nosso controle, nós podemos sim lidar ativamente com o excesso de peso e a falta de atividade física.
Um grande número de estudos tem mostrado a relação entre obesidade/sedentarismo e aumento do risco de câncer de mama, especialmente após a menopausa.
O ganho de peso a partir dos 18 anos está associado a um risco aumentado de câncer de mama após a menopausa.
A obesidade está geralmente associada a níveis elevados de insulina e estes níveis elevados, estão associados a um risco aumentado de câncer.
O excesso de peso também está associado à inflamação crônica e ao aumento da produção de estrogênio no tecido adiposo, o que, por sua vez, aumenta o risco de tumores sensíveis ao estrogênio - como tumores de mama e endométrio.
Após a menopausa, com a interrupção da função ovariana, o tecido adiposo passa a ser a principal fonte de produção de estrogênio. Grandes quantidades de tecido adiposo estão associadas a uma maior produção desse hormônio.
A Agência Internacional de Pesquisa do Câncer estima que cerca de 25% dos tumores de mama no mundo são causados por obesidade e falta de atividade física, dois fatores geralmente coexistentes e inseparáveis.
Ou seja, esse tipo de câncer está diretamente relacionado às mudanças nos hábitos alimentares e estilo de vida.
Estudos epidemiológicos demonstraram que exercícios moderados a vigorosos por cerca de apenas 3 a 4 horas por semana podem reduzir o risco de câncer de mama em mulheres sedentárias em 30% a 40%.
É impressionante saber que mulheres com sobrepeso ou obesas podem ter um risco 50% a 250% maior de câncer de mama, mais impressionante ainda é quando relacionamos esse risco com a quantidade de brasileiros obesos que não pára de aumentar, a pesquisa Vigitel aponta 20,7% das mulheres brasileiras obesas.
Veja bem, uma pessoa obesa está MUITO acima do peso e o sobrepeso já é um fator de risco para o câncer de mama. Ou seja, você não precisa estar muito acima do seu peso para ter esse fator de risco aumentado, basta estar acima do peso. O que aumenta ainda mais a quantidade de mulheres brasileiras com esse fator de risco aumentado. É só olhar ao nosso redor que podemos ver como nossa população está acima do peso.
Diante desses dados assustadores, quero reforçar para você mulher que exercício físico não precisa ser um castigo, não precisa ser durante longas horas de treino, não precisa ser chato e não precisa ser todos os dias.
Para você ter uma referência, conseguimos ótimos resultados de emagrecimento, saúde e disposição com treinos divertidos de 2 a 3 vezes por semana com duração menor do que 40 minutos.
Quero deixar meu incentivo profissional bem claro de que se você não tem tempo para fazer exercício ou não gosta de fazer exercício, eu entendo perfeitamente seu ponto de vista e não precisa ser assim. Eu posso te mostrar uma nova forma de começar a treinar, ter resultados, mudar de vida e principalmente, gostar de fazer exercício e ter uma vida mais saudável. Conte comigo!
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